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CDP Supply Chain beneficia cadeia produtiva do setor

Empresas | Empresas & Fornecedores | 11.05.2012
Publicação

Em meio ao desafio, uma oportunidade. Foi assim que a Emflora, empresa especializada em gestão florestal, encarou o convite feito à empresa há cerca de dois anos pela Fibria, maior fabricante mundial de celulose de mercado no mundo.

A proposta? Participar voluntariamente dos Índices globais de emissão de gases do efeito estufa, através do Carbon Disclosure Project – CDP Supply Chain, uma plataforma online que avalia os fornecedores de cada empresa a fim de auxiliar a reduzir ao máximo essas emissões ao longo de todo o ciclo produtivo.

Com mais de 600 fornecedores cadastrados a Emflora faz parte desta lista da Fibria e está entre as 91 empresas que foram selecionadas para promover a participação no CDP. Divididos em doze grupos, o número representa as companhias que mais contribuem nesse total de emissões.

Vinicius Suassuna Gonçalo dos Reis, consultor de gestão ambiental na área de Meio Ambiente Florestal da Fibria, aponta que a iniciativa só traz benefícios. Dentre as principais vantagens estão o ganho de competitividade diante das demais companhias atendendo a demanda por produtos “verdes”. Além disso, para a Fibria que participa do mercado de carbono é essencial que ela possua todos os números rastreados, além de propiciar maior transparência entre as partes. 

O representante da Emflora, Junior Assis concorda. Ele diz que o fato de participar do CDP já atraiu outras empresas interessadas no trabalho da gestora florestal. “Isso acontece porque para elas é importante trabalhar com quem tem comprometimento com o meio ambiente, pois também rastreiam a sua pegada de carbono”, destaca Assis. Ele também informa que houve redução nos custos da empresa, e tudo isso através de alterações facilmente aplicadas.

Ele exemplifica as mudanças ocorridas através de alterações em seu processo logístico. Antes havia um caminhão específico para realizar a distribuição dos produtos e outro com o grupo de funcionários que atuam nas lavouras e áreas de pesquisa. “Com essa participação, passamos a enxergar diferente. Hoje transportamos os funcionários e os produtos em apenas um veículo e economizamos ainda em combustível e manutenção”, afirma o representante.

São mudanças deste tipo que resultam em um processo final sustentável, mas por que então a adesão não foi total? “Percebemos que alguns de nossos fornecedores estão em diferentes níveis de maturidade e alguns deles ainda veem riscos em se comprometerem e não conseguirem atender as metas estabelecidas, conforme determina o projeto”, explica o consultor da Fibria. Isso tange principalmente à parte de fornecedores de combustíveis entre os fornecedores da companhia que ainda não aderiram ao CDP.

“Trata-se de um trabalho árduo e até o momento não queremos riscar nenhum de nossos atuais fornecedores da lista, mas acostumá-los a cuidar de uma questão maior, a sustentabilidade”, complementa Reis.

Uma nova etapa

Para a Emflora uma nova etapa se inicia. A participação no CDP também trouxe mudanças na estrutura da companhia. Durante todo esse processo, a empresa desenvolveu, inclusive, um sistema para gestão de gases de efeito estufa e incentivou a criação de um comitê interno de sustentabilidade. Agora, a empresa passa pela fase de mensuração e quantificação dos resultados. Como ponto de partida, a governança climática gerou o pontapé inicial para que questões relevantes relacionadas ao tema sustentabilidade fossem incorporadas na rotina da empresa.

Os relatórios gerados pelo sistema criado de gestão de emissões de gases de efeito estufa são discutidos pela alta direção da empresa para tomada de ações. “Esse tipo de iniciativa confirma a expectativa da empresa, de que o CDP Supply Chain construa um engajamento duradouro”, destaca Assis.

Além disso, o sistema permite ainda que a Fibria faça um acompanhamento mensal das emissões da empresa e, com isso, garanta uma aproximação que pode levar a novos desenvolvimentos, com vistas a práticas de mitigação e adaptação.

Segundo Assis, a ferramenta também auxiliará a Fibria a alcançar o seu objetivo, de calcular sua pegada de carbono com maior precisão, compartilhando responsabilidade ao longo da cadeia de valor.

Já para a Fibria, em 2012 o processo continua. O objetivo agora é conquistar 90% de adesão na lista desses 91 fornecedores. No primeiro ano, foram 45% e no segundo 71%. Para isso, Vinicius adianta que a Fibria está pensando em novas ações para estimular seus fornecedores, que participaram primeiramente de um workshop de esclarecimento do programa. Toda essa motivação também tem outro motivo especial. O desempenho de suas fornecedoras no CDP em comparação a outras mil fornecedoras de várias companhias no mundo todo que participam da pesquisa, do total, 28% ficaram acima da média.

Segundo o consultor ambiental, “essa comparação é possível porque o CDP funciona de maneira integrada, disponibilizando uma plataforma online, em que é possível acessar todo esse conteúdo, que aborda todo um universo de informações desde governança às mudanças climáticas”, comenta Reis.

“Embora ainda seja cedo para concluir os dados deste material, a partir do momento que ele for tabulado, poderemos utilizar todas as informações para quantificar nossa pegada de carbono”, conclui o profissional.


 

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