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O que entendemos da pesquisa da CNI

Artigos Assinados | Artigo | 22.01.2016




O que entendemos da pesquisa da CNI
 
*Marcos Andrade
 
O Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei), medido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), ficou em 36,5 pontos em janeiro. O valor é 0,5 ponto maior que o de dezembro, mas é 7,9 pontos inferior ao registrado no mesmo mês de 2015 e está 18,4 pontos abaixo da média histórica, que é de 54,9 pontos.
 
A confiança é menor entre os empresários da construção. Nesse setor, o Icei ficou em 35,1 pontos, abaixo do índice nacional. Na indústria extrativa, o indicador alcançou 44 pontos e, na de transformação, 36,4 pontos. Nas pequenas empresas, o Icei ficou em 35,1 pontos, também abaixo do índice nacional. Nas grandes empresas, foi de 37,6 pontos e, nas médias, de 35,5 pontos.
 
Esta edição do Icei foi feita com 2.772 empresas entre os dias 4 e 13 de janeiro. Dessas, 1.084 são pequenas, 1.063 são médias e 625 são de grande porte.
 
O resultado divulgado no início de 2016, é reflexo dos movimentos equivocados realizados pelo atual governo frete as necessidades do setor industrial e principalmente ações de política econômica adotada durante o exercício de 2015. Os números da indústria sinalizam que o faturamento real do setor diminuiu de forma acentuada, em contrapartida o rendimento médio real dos salários aumentaram em quase 1,5%. A Utilização da
 
Capacidade Instalada ficou em torno de 70%, livre de influências sazonais, o que caracteriza uma forte ociosidade no setor.
Um exemplo da crise está no setor siderúrgico onde as demissões, desde o início de 2014, foram 300 mil pessoas na indústria metal-mecânica e 500 mil na construção civil. Esses dois segmentos empregam 5 milhões de trabalhadores. A falta de novos investimentos e linhas de financiamento por meio do setor público ou privado levará ao fechamento de muitas empresas por total perda de competitividade com produtos estrangeiros.
 
Os empresários estão esperando notícias boas, como o ajuste fiscal e a conciliação política do país, para acreditar na retomada do crescimento e voltar a investir. Caso contrário o cenário para 2016 pode se tornar ainda mais difícil que do exercício de 2015.